Arquivo mensal: junho 2013

Semente

Como não deixar registrado o que senti ontem? Como não transpor em palavras o que aconteceu em todo o país? Quero deixar registrado muito mais por mim e para mim do que por qualquer pessoa que possa ler e venha ler essas palavras. Quero crer que daqui algum tempo quando as mudanças realmente acontecerem eu possa voltar aqui e ler tudo e reviver cada arrepio que senti.

A era das redes. Grave muito isso, Maick. Favorite! (rs) É a era das redes que está tentando fazer algo diferente. É a era das redes que se mobilizou, se organizou, e saiu às ruas. É a tua era. Entende isso? Tua geração tá tentando fazer algo diferente. É é por isso que tu se mete, não é? Porque tu acredita que algo pode ser feito para melhor. Sempre acreditou. É foi isso que tu respondestes quando alguém te perguntou porque fostes no protesto, não foi? E tu também acredita na força da mobilização online. E que essa mobilização online, de pessoas inteligentes espalhadas por diversos cantos desse mundo, podem sim pensar, interagir, propor, pressionar e mostrar para os governantes o que deve ser feito. E essa geração saiu do online. E lógico que tu não podias ficar de fora.

No início de tudo, São Paulo e Rio de Janeiro deram as caras a tapa. Saíram às ruas para protestar. Protestaram. De maneira certa ou errada, protestaram. Por motivos difusos, protestaram. Protestaram e se sentiram acuados. Quem iniciou a violência, não sei. Pode ter sido os próprios manifestantes? Lógico que pode. Sempre há quem procure a violência ou ache que esse é o meio que vai justificar os fins. Pode ter sido a polícia? Lógico que pode também. Tu vistes em todos os telejornais o que estava acontecendo. Lestes em vários tweets, em vários posts, em vários perfis no facebook, em vários vídeos no youtube. A gota d’água foi o aumento do valor do transporte público. O tal dos R$ 0,20. Percebes, Maick? Gota d’água. Há um acúmulo de problemas sérios em todo o país, em todas as cidades. E esse acúmulo vem de anos atrás. Ano após ano acumulando problemas no transporte, na saúde, na educação, com corrupção. Essa foi só a gota d’água. Espero que quando tu (no caso, eu) fores ler isso mais no futuro que algo realmente tenha mudado e que tu não tenhas esquecido dos teus ideais que eu sei que tu corres atrás.

Após as primeiras manifestações, cresceu um basta que estava entalado na garganta de todos. Um basta para todos os desmandos políticos. Um basta para a roubalheira desenfreada. Um basta para o crime de se investir bilhões em uma Copa e deixar hospitais e escolas caindo aos pedaços. Um basta para a criminalidade gigantesca em nossas cidades. Um basta! Uma vontade de se manifestar. Uma vontade de se agigantar. De não fugir à luta. De sair do berço esplêndido. De sair às ruas. De gritar. De mostrar que não somos otários. De colocar a cara na rua e dizer que tem muita coisa errada e que todos estamos vendo e queremos fazer algo para mudar. E fizemos! Durante a manifestação, um dos gritos eram “saímos do facebook”. Que orgulho, Maick! Que orgulho! Tua geração se mobilizou online e deu o passo adiante. Ainda que tu acredite que é necessário um foco para que as manifestações tenham resultados concretos, te deu um imenso orgulho de ver aquela geração nas ruas, não foi? Te deu um imenso orgulho de estar ali, gritando e caminhando com todos. Pedindo por melhor transporte público, pedindo por melhor salários para professores, melhores salários para PMs naqueles gritos: “o professor vale mais que o Neymar”; “O PM vale mais que o Neymar”. Orgulho de protestar por um país melhor.

Sabes que ainda tem muito a se fazer. Sabes que muitos protestos devem acontecer. Sabes que muita cobrança tem de ser feita. Sabes que não vai ser fácil. Não, não vai. Mas um primeiro passo foi dado. Em uma contagem que fiz, 32 cidades brasileiras estavam com protestos agendados e mais 29 cidades espalhadas pelo mundo com protestos de apoio aos brasileiros. Dentre essas a tua Belém do Pará, tão maltratada por políticos e população. É por ela que tu lutas. É pelo estado do Pará que tu lutas. É pelo Brasil que faz valer tua voz nas ruas. Esse é o espírito de nação. Em teus 27 anos tu nunca presenciastes isso. Sempre ouviu as pessoas dizendo que não adiantava brigar, que não ia dar certo. Ainda escutas, não é mesmo? Mas tu se agarrou a uma analogia, não foi? A analogia da semente. Que as manifestações, essas primeiras, foram o desabrochar de uma geração inconformada, que não se sente representada por nenhum partido político, que está inquieta, que se mobiliza online e agora mostrou que vai às ruas. Essa semente que foi tratada com a inércia de anos atrás baixando a cabeça. Essa semente que agora precisa ser regada com inteligência, política e emocional. E tu queres estar no meio, não é? Eu sei que queres. Espero que quando tu voltes a ler isso, essa geração tenha dado o segundo, o terceiro e todos os passos adiante necessários. Força de vontade não falta. E tu tens de sobra. Espero que contagies o próximo para que mais pessoas se unam, se agigantem, e façam valer seus direitos. Boa sorte, Maick. Conto contigo.

#MudaBrasil #ChangeBrazil #BelemLivre #OGiganteAcordou #ProtestoBR

Cerveja Para quem curte Star Trek se chama Vulcan Ale

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Em Star Trek, o povo do planeta Vulcano sempre teve a fama de ser pacífico e tranquilo. Tanto que foram os primeiros extraterrestres a fazer contato com a Terra. Agora, você consegue imaginar o Sr. Spock tomando uma breja ao lado do capitão Kirk? Pois é, esses canadenses…

O produto é uma criação da DeLancey Direct Incorporated com licenciamento da rede de televisão CBS/Paramount, detentora dos direitos da série.

A cerveja artesanal, do tipo Irish Red Ale e com teor alcoólico de 5,4% (uma cerveja tipo pilsen tem 4,5% de teor alcoólico, em média), a parte triste é que só está disponível em quantidades limitadas em algumas cidades do Canadá.

Se alguém for por lá, traz uma caixa pra mim? Pode ser?